O plano deste livro foi escrito em 2016 e nasceu, como projeto de iniciação científica, a partir da análise do Código de Posturas de Ribeirão Preto como documento revelador de movimentos estatais para a normatização da vida moderna na cidade. A interiorização dos pro-cessos de educação na região do nordeste do Estado de São Paulo, observada em função de um projeto educa-cional estadual e nacional, foi experimentada como ges-tão e controle das populações interioranas, especial-mente grupos marginalizados como negros, mulheres e pobres. Para além do confinamento da educação à instituição escolar, o livro realça o entendimento da educação como conjunto difuso de preceitos e práticas formativas de condutas sociais.

Empenhado em investigar os modos de perceber e conhecer a natureza, bem como os valores que lhe foram atribuídos entre os séculos XIII e XVIII em dois territórios irmanados, Brasil e Portugal, o presente livro aborda temas como a sacralidade, a ordem, a contemplação, os ensinamentos, o aproveitamento e a inspiração da natureza. Em um presente em que estudos históricos tendem a insistir sobre elementos residuais do passado que moldaram relações danosas com o ambiente natural, os capítulos aqui reunidos procuram examinar as atitudes possíveis de duas sociedades de épocas remotas, que, ao contrário de se empenharem em disciplinar seus próprios atos em relação à natureza, se sentiam ameaçadas pela sua força, imensidão e sentidos ocultos.

O livro investiga o cotidiano econômico dos imigrantes italianos, entre 1887 e 1914, na região de Ribeirão Preto (SP), vinculados às atividades econômicas de abastecimento interno e de subsistência. A pesquisa contribui com estudos relativos ao Nordeste Paulista que enfatizam a cafeicultura como fator predominante das atividades econômicas. Em outras palavras, a imigração, especialmente a italiana, teve vínculos parciais com a produção do café, que não envolvia totalmente o cotidiano desta mão-de-obra. Trata-se de outro olhar sobre a imigração italiana que vivia às margens e nos corredores dos cafezais, tendo desempenhado um papel significativo no desenvolvimento econômico regional.

Fundamentado no cânone historiográfico, na medida em que integra uma cuidadosa análise documental ao rigor teórico-metodológico, o livro oferece uma interpretação de Cândido Motta como um gestor da população pobre, especialmente aquela inserida na categoria da “menoridade”. Mais que sobre a atuação de um bacharel legislador, William Kleyton Costa dá concretude à construção do Estado republicano e às articulações que demonstram parte da resposta que a elite política paulista do início do século XX daria se confrontada à provocação das chamadas “classes problemáticas”.