Novembro Azul: câncer de próstata também pode atingir cães e gatos, diz médico veterinário

Segundo o docente da Barão Thiago Munhoz, apesar de ser rara, a doença tem poucas chances de cura em estágios avançados. Daí a importância de os tutores ficarem atentos aos sintomas

No mês da conscientização do câncer de próstata em homens, médicos veterinários alertam os tutores sobre o desenvolvimento da doença em cães e gatos.

 

De acordo com o médico veterinário e docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Barão de Mauá Thiago Munhoz, o câncer de próstata representa menos de 1% de todas as neoplasias malignas que os cães podem desenvolver. No caso dos gatos, os números são bem menores, já que a doença é rara na espécie.

 

Apesar da baixa ocorrência, é preciso ficar atento aos sintomas, uma vez que em estágios avançados a doença tem poucas chances de cura. Daí a importância de levar o seu pet, principalmente se ele for idoso, ao médico veterinário periodicamente.

 

“Os cães idosos costumam apresentar sinais clínicos em estágios avançados da doença. Ao examiná-lo, o veterinário pode reconhecer anormalidades que levariam ao diagnóstico precoce”, afirma.

 

 

Sintomas do câncer de próstata em cães e gatos

Dentre os sintomas do câncer de próstata em pets, Thiago cita:

 

- Dificuldade para urinar;

- Presença de sangue na urina;

- Gotejamento de sangue pelo pênis;

- Infecções urinárias recorrentes;

- Dificuldade para evacuar;

- Fezes achatadas (perdem o formato cilíndrico);

- Dor abdominal;

- Perda de peso;

- Dificuldade para se locomover.

 

Além disso, esse tipo de câncer pode causar metástase, agravando a saúde do animal. “Os tumores prostáticos, principalmente os adenocarcinomas, podem fazer metástases nos ossos da pelve (bacia), como também nos ossos dos membros pélvicos”, explica.

 

 

Prevenção

Assim como acontece com os homens, a melhor forma de prevenir o câncer de próstata em pets é por meio de exames. Isso inclui o toque retal, aconselhado para animais acima de cinco anos de idade, pois permite a percepção de alterações anatômicas na próstata.

 

"Diferente dos humanos, ainda não temos marcadores sanguíneos, como o PSA, que ajudam no diagnóstico. Os exames de imagem como ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética auxiliam, de maneira significativa, na identificação de alterações morfológicas da glândula em questão", comenta.

 

Thiago explica que, apesar de comumente associada à doença, a castração não previne a doença, uma vez que o seu desenvolvimento não possui relação com os hormônios sexuais do animal.

 

“Por ora, nenhuma medida preventiva é relatada para prevenção dos tumores prostáticos. Os tutores devem ficar atentos em relação aos sinais clínicos”, diz.

 

No entanto, o médico veterinário menciona alguns fatores de risco, como:

 

- Idade avançada;

- Raça (cães de porte grande são os mais acometidos, mas alguns menores também podem ter como poodle, beagle, pastor de shetland e scottish terrier);

- Fatores genéticos e moleculares.

 

Tratamento

Segundo Thiago, o tratamento para o câncer de próstata inclui a retirada parcial ou total da próstata, terapia gênica e radioterapia.

 

“Protocolos quimioterápicos ainda não estão muito bem estabelecidos. Porém, estudos recentes encorajam a associação de doxorrubicina (um quimioterápico) aos anti-inflamatórios não esteroides”, finaliza.

 

Está interessado pela área de Medicina Veterinária? Clique aqui e conheça detalhes sobre a graduação e o mercado de trabalho!

CONTATO ASSESSORIA (16) 3968-3890