Exposição "A Luta que Transforma" fez parte da XIV Exposaúde de Ribeirão Preto
Exposição foi criada pelos alunos do curso de Enfermagem da Barão de Mauá
Nos dias 28 e 29 de novembro, o XIV Exposaúde de Ribeirão Preto recebeu a exposição “A Luta que Transforma”, desenvolvida por alunos do curso de Enfermagem do Centro Universitário Barão de Mauá com o intuito de destacar a evolução das políticas públicas e as práticas de cuidado em saúde mental no Brasil. Realizada pela Liga Acadêmica de Enfermagem em Saúde Mental, com a parceria do Hospital Santa Tereza e apoio da Prefeitura de Ribeirão Preto, a mostra retratou a história da reforma psiquiátrica e a importância da desinstitucionalização.
A exposição reuniu materiais históricos que ilustraram a realidade dos manicômios, como camisas de força, aparelhos de eletrochoque e uniformes, além de obras de arte produzidas por ex-pacientes do Hospital de Santa Tereza. O acervo foi complementado por painéis, banners e folhetos explicativos sobre a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que estabelece um conjunto de ações intersetoriais para a garantia da integralidade do cuidado em saúde mental.
Com o objetivo de promover uma reflexão crítica sobre as transformações nas práticas de saúde mental e reforçar os direitos à liberdade, a exposição retratou a trajetória da luta antimanicomial no Brasil. A mostra também enfatizou como as práticas terapêuticas evoluíram, dando destaque ao papel da RAPS no atendimento de pessoas com transtornos mentais.
Para as estudantes de enfermagem envolvidas na organização do evento, a experiência foi transformadora. Alexia Moura Messias, uma das participantes e presidente da liga responsável pela exposição, aluna do sexto semestre do curso, destacou o impacto da interação com a população durante o evento, especialmente com ex-pacientes e seus familiares. “Foi uma oportunidade de educar a comunidade, reforçando a importância de não ter preconceito com as pessoas com transtornos mentais e mostrando que elas podem ser reintegradas à sociedade”, afirmou. Beatriz dos Santos Fava, também estudante e vice-presidente da liga, ressaltou o
aprendizado proporcionado pela exposição. “Foi uma experiência muito rica, pois pudemos perceber como a teoria aprendida na sala de aula se aplica na prática e como as políticas de saúde mental transformaram a vida de muitas pessoas”, comentou.
Além de ilustrar a história da desinstitucionalização, a exposição mostrou a importância da humanização no cuidado psiquiátrico, destacando a mudança no atendimento do Hospital de Santa Tereza, que deixou para trás as práticas dos antigos manicômios. A exposição também contextualizou o papel de pensadores como Franco Basaglia e Nise da Silveira, que foram fundamentais para a evolução do tratamento psiquiátrico no Brasil.
Durante o evento, o público teve a oportunidade de observar a evolução dos cuidados em saúde mental e entender, por meio de uma linha do tempo, como a Reforma Psiquiátrica brasileira foi fundamental para a criação de uma rede de cuidado que prioriza a autonomia e a reintegração social dos pacientes.
A professora Me.ª Rubia Paixão Benedicto, uma das orientadoras dos alunos para realização da exposição, comentou sobre a importância do evento. "A exposição foi fundamental para reforçar os avanços da reforma psiquiátrica e a importância de um cuidado humanizado, além de engajar os discentes em uma ação prática que conectou teoria e prática de forma significativa", afirmou Rubia
mauro.delle@baraodemaua.br