Alunos egressos são aprovados na UFSCar
Sofia e Matheus se formaram no curso de Produção Audiovisual e farão pesquisas pelo Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som
Dois alunos egressos do curso de Produção Audiovisual da Barão de Mauá farão mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a partir deste segundo semestre. Sofia Figueira de Siqueira, 21, e Matheus José Vieira, 34, estão entre os 12 aprovados na lista do Programa de Pós-Graduação em Imagem e Som.
O processo seletivo da instituição acontece em três etapas. A primeira é eliminatória e consiste no envio do pré-projeto da pesquisa. Se aprovado, o candidato passa para a fase classificatória e presta uma prova. Por fim, ele faz a defesa oral do pré-projeto para uma banca.
Segundo a coordenadora do curso de Produção Audiovisual, Profa. Ma. Carmen Silvia Porto Brunialti Justo, a conquista dos ex-alunos está sendo muito comemorada pelos estudantes e docentes, pois “reafirma a importância da pesquisa e extensão na universidade”.
No caminho da pesquisa científica
Sofia decidiu seguir a carreira acadêmica logo depois de concluir o curso tecnológico, no final do ano passado. Porém não é a primeira vez que ela tem o contato com a pesquisa científica.
Em 2021, participou do Programa de Iniciação Científica (PIC) da Barão, sob orientação da Profa. Ma. Belisa Brião Figueiró, com o trabalho “Pesquisas científicas no MIS-RP: Estudo exploratório sobre as possibilidades a partir do acervo cinematográfico e audiovisual”.
Nele, desenvolveu um extenso levantamento de filmes e das peças disponíveis no Museu de Imagem e Som de Ribeirão Preto, que foi reaberto após quase 15 anos, e fez uma investigação do período da chamada pornochanchada e das obras do diretor e produtor David Cardoso, um dos membros do movimento Boca do Lixo, de 1993.
Agora, Sofia tem um novo desafio na pós-graduação e ela está bem animada. “O mestrado para mim é muito importante porque eu acredito na pesquisa e na ciência brasileira, produzir materiais que de certa forma engrandecem nossa educação e contribuem para diversas outras pesquisas”, explica.
Para a professora Belisa, estimular e orientar sua aluna no início desse percurso foi extremamente gratificante “porque a Sofia sempre demonstrou talento, foco e curiosidade, características fundamentais para uma boa pesquisadora”.
Carmen ainda destaca que “os estudantes que realizam pesquisa científica têm mais chances de seguir a carreira acadêmica, além de construírem um vasto repertório intelectual sobre a área estudada”.
Desenvolvimento profissional
Matheus foi por um caminho diferente. Ele já está inserido no mercado audiovisual como diretor de documentários e séries. No mestrado, busca ter um aprimoramento profissional e fazer um paralelo da pesquisa com as suas produções.
Entre os seus trabalhos, se destacam pela presença de pessoas que são referência no universo cinematográfico, como Daniel Rezende, e fonográfico, com os rappers Emicida, Mano Brown e Rael, sempre tratando de temas sociais. E no mestrado não será diferente. A proposta de pesquisa dele é analisar o documentário “Amarelo”, protagonizado pelo Emicida, sob a perspectiva da inter e transmidialidade.
“São alguns conceitos que entendem a relação entre as mídias, as reproduções delas, como elas se propagam. Quando eu trago o rapper Emicida para fazer essa análise, eu faço isso trazendo à tona a história do movimento negro, a importância de se narrar a história do povo negro, em multimeios. E também a relação do silenciamento e apagamento da memória do negro brasileiro”, explica.
O objetivo de Matheus é continuar pesquisando academicamente, partindo para o doutorado. A professora Carmen ressalta que “mesmo ele não tendo feito pesquisa científica e já sendo um profissional de mercado, com certeza a pesquisa vai beneficiar muito o seu desenvolvimento como produtor audiovisual”. E conclui, dizendo que “a pesquisa científica é importante e necessária para todos os cursos de comunicação social”.
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