Revistas - ISSN 1808-4656

Apresentação

Frutos de uma experiência que combinou etnias, culturas e continentes diferenciados, talvez, mais do que nenhum outro povo, nós, brasileiros, conhecemos o significado da palavra dialogo. Originário do grego dia-logus (experiência/conhecimento travado num certo tempo e espaço presente), em terras brasileiras o termo adquiriu um conjunto de outras conotações: miscigenação baseada em encanto e dor; aprendizagem mútua de sentidos e significados humanos; inteligibilidade social que compõem e recompõem as esferas do público e privado, embaralhando-as; compreensão do sagrado que não exclui o profano, pelo contrário, o admite e o incorpora; vivência do urbano, sem apagar o gosto e o desejo pelo rural e vice-versa, entre outros. Enfim, sob a condição de sermos um povo híbrido, calcado na polissemia, na bricolagem, sabemos de modo impar, particular e amplo o que representa a palavra diálogo.

Acreditamos que expressar justamente este amálgama que delineia as configurações sociais/políticas/econômicas e culturais que molda, plasma e atribui significação ao povo brasileiro: seja uma das tarefas principais da revista Dialogus, periódico semestral, que vêm a lume por meio da proposta do conjunto de professores e alunos dos cursos de Pedagogia, Geografia e História do Centro Universitário “Barão de Mauá. Não se trata de uma iniciativa isolada, o surgimento desta revista está associado a graduações já há décadas implantadas. Nos últimos anos, tais graduações vivenciam um processo de reorganização, envolvendo modificações profundas da grade curricular, renovação da composição do corpo docente e adoção de uma preocupação constante com a pesquisa, por meio da obrigatoriedade do Trabalho de Conclusão de Curso, estágios e a oportunidade de participação em projetos de Iniciação Científica.

Contudo, Dialogus não é um periódico destinado somente e exclusivamente a publicação de docentes e discentes das graduações em licenciatura em Pedagogia, Geografia e História do Centro Universitário “Barão de Mauá”. O termo diálogo deve também ser interpretado como oportunidade para ocorrência de encontros entre profissionais e estudantes de diversas instituições que têm em comum o envolvimento com a incansável, admirável e incompleta aventura em torno da compreensão do homem em todos os seus aspectos. Encontros que não devem ter como protagonistas apenas pedagogos, geógrafos e historiadores, mas todos aqueles que, frisemos, lancem seu olhar e seus esforços através das palavras, formas materiais, depoimentos, rituais, comportamentos e demais expressões tradutoras de homens e mulheres ao longo de tempos e de espaços variados.

A configuração interna da revista Dialogus foi arquitetada para igualmente favorecer a pluralidade. A proposta para sua composição prevê uma diversidade discursiva interessante: serão aceitos artigos, resenhas, ensaios, notas-prévias, traduções, entrevistas, transcrições de palestras, conferências, mini-cursos, entre outros. Na sessão destinada aos artigos, as áreas são: Educação, Epistemologia e Teoria em Geografia e História, Geografia e História. A existência de tais áreas, porém, não impedirá o recebimento de artigos referentes a outras áreas das Humanidades, destinando-se uma sessão livre para atender a esta demanda. Os diálogos não se encerram aí, pois além dos autores que enviarão seus textos para publicação, contará ainda a revista com outra forma de colaboração: conferências, palestras, mini-cursos, cursos de extensão e oficinas associadas às graduações em Geografia, História e Pedagogia do Centro Universitário “Barão de Mauá” e que forem organizadas ao longo de cada ano letivo.

Dialogus, constantes diálogos. Nesta sentença que expressa começo sem fim, posto que diálogo envolve experiências humanas em constante exposição, deposita a Comissão Editorial a certeza de que o projeto associado a este periódico é realização cujo término está a perder de vista. Cheios de alegria e satisfação é que os membros da Comissão Editorial convidam a todos para que participem e usufruam desta conquista, hoje, amanhã e sempre.
Tenham certeza. 
 

Comissão Editorial